DANÇAR!!!!! MUITO MAIS QUE UM CORPO EM MOVIMENTO,
É DEUS SE MANISFESTANDO ATRAVÉS DA ARTE EM NOSSOS CORAÇÕES
a ARTE que acontece em nossos corpos quando dançamos, é o amor que corre em nossas veias, é a magia que nos envolve com belas musicas
Ser mulher é maravilhoso, mas também uma batalha sem fim, não importando a época, o lugar e os costumes! Se é do ocidente ou do oriente... são difíceis os caminhos a percorrer!
sou mulher guerreira! Estou na luta e lutar é vencer!
sou aquela que tem no coração a vibração do derbake e na alma a poesia do alaúde. Sou o deserto misterioso, escaldante durante o dia e na noite cheia de estrelas. Há em mim a calma do camelo e a sensualidade da serpente. Aqui está a preferida do sultão, mas o espelho reflete também a moça recatada da aldeia e a jovem feliz do mercado! Sou a sacerdotisa, ou melhor, sou o templo perfumado com as mais finas essências onde sempre todas estas mulheres se encontram pela magia da dança!
No meu ponto de vista, depois de tantas vivências com a dança do ventre, percebo que a mesma não possui um território de origem quando se trata da sua essência. A dança do ventre é muito explorada dentro dos territórios árabes como "dança para turista ver", sim porque depois que os orientalistas expuseram na Europa a dança desnuda das mulheres nos haréns, nos mercados e ruas, e em seguida os cineastas de Hollywood levaram às telas as danças de dentro dos cassinos esta passou a ser um ícone para os ocidentais quando se fala em dança árabe.
É claro que muitos dos países destes territórios passaram a explorar mais a dança como um convite aos olhos do ocidente. Mas isso não quer dizer que a dança do ventre seja praticada por todas as mulheres árabes, muito menos que faça parte de seu cotidiano, esta nem de longe poderia ser eleita a dança que representaria o povo árabe.
As danças folclóricas e regionais sim seriam mais apropriadas para representá-los,porém com uma devida cautela de se manter preservada as vestimentas corretas, os ritmos corretos e acima disso os movimentos apropriados a elas. Num said com bastão, por exemplo, considero um crime dançar de barriga de fora, ou mesmo recriar um baladi usando deslocamentos espaciais como arabescos e outros que surgiram do ballet clássico.
Devemos usar bom senso principalmente no momento de divulgar o que estamos dançando, acredito que na Arte tudo é permitido, mas saibamos definir o que estamos criando e o porquê estamos criando.
De tantas vivências que passei com dança do ventre posso afirmar que a sua "base essencial" é a manifestação do EU feminino. Portanto sem berços, a dança do ventre seria patrimônio da humanidade inteira, podendo ser vista em muitos continentes de formas diferentes, mas sempre com um ponto (ou mais) em comum, o contato pleno da mulher que dança com seu intimo, a conexão com sua natureza primária, isso sendo explorado através da sinuosidade dos movimentos, da cadência das batidas que "casam" com seu pulso interno, do mistério dentro do olhar que acontece naturalmente quando todo seu corpo já está conectado com sua essência.
Partindo desta ideia, creio que a base da dança do ventre nos dá os caminhos para nos conhecer, de forma mais profunda, dentro dos nossos instintos, dentro das nossas emoções, e isso nos proporciona poder conversar com esta essência enquanto dançamos, e este diálogo é transportado para o público que vivencia alguns instantes de conexão com seu interior também, conduzido pela música e pela boa execução da mesma no corpo da bailarina.
Hoje quando me perguntam o que eu danço me sinto perdida, porque dizer "dança do ventre" remete ao que a Mídia expõe , da dança árabe, da dança com roupas esvoaçantes e véus (lamentável)... A dança Árabe é muito mais do que isso é a ARTE que acontece em nossos corpos quando dançamos, é o amor que corre em nossas veias, é a magia que nos envolve com belas musicas.... uma verdadeira Bailarina de Dança Árabe, chama a atenção dos olhares pela essência dessa Arte e não simplesmente por um corpo semi nu em movimento.
Essa Arte da dança do ventre me proporcionou, conhecer a mim mesma e isso me aconteceu naturalmente.... é esta sendo uma sensação maravilhosa na minha vida, podemos tudo com a expressão do nosso corpo em movimento...dançar é um diálogo entre o corpo da bailarina e a sua música, um diálogo que traduz o que está registrado em nossas almas.
"Dançar uma Arte, um Dom Divino"
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